PT-SC promove nesta quarta-feira (02) último debate do PED 2025 com candidatos à presidência
O PED é considerado o método mais democrático e participativo entre os partidos por permitir que todos os filiados concorram e votem

PT-SC promove nesta quarta-feira (02) último debate do PED 2025 com candidatos à presidência
O Partido dos Trabalhadores de Santa Catarina realiza nesta quarta-feira, dia 2 de julho, às 19h, na Federação dos Trabalhadores no Comércio (Fecesc), em Florianópolis, o debate final entre os cinco candidatos e candidatas à presidência estadual dentro do Processo de Eleições Diretas do partido.
O PED é considerado o método mais democrático e participativo entre os partidos por permitir que todos os filiados concorram e votem para escolher seus representantes municipais, estaduais e nacionais. A eleição ocorre no próximo domingo, dia 6 de julho de 2025.
Ao todo foram seis encontros promovidos em todas as regiões do Estado para a apresentação das propostas das chapas e posicionamentos políticos de suas teses inscritas para a disputa. O debate com os candidatos à presidência é o segundo.
O PED 2025 se apresenta como momento decisivo para reposicionar o partido no estado, resgatar sua força organizativa e estabelecer uma estratégia clara rumo às eleições de 2026.
Santa Catarina é um estado desafiador para o PT, com predominância de forças bolsonaristas como Jorginho Mello e João Rodrigues. Mesmo assim, Lula conquistou 31% dos votos em 2022, e o partido quer ampliar essa base, preparando-se para disputar não só a eleição majoritária, mas também fortalecer sua presença nas proporcionais.
O momento é considerado estratégico para consolidar uma frente política forte para disputar os votos progressistas e do campo democrático-popular e preparar o PT para os desafios eleitorais futuros, como a reeleição do presidente Lula, a consolidação da pré-candidatura de Décio Lima ao governo do Estado e a disputa pelo Senado.
Os candidatos convergem na crítica à desarticulação atual e na necessidade de reconectar o partido com suas bases, embora divirjam nas ênfases e métodos propostos. O debate final promete ser fundamental e decisivo para os filiados escolherem seus candidatos e chapas e consequentemente os rumos do partido em Santa Catarina.
Candidaturas e propostas
O candidato à presidência do PT estadual, Fabiano da Luz, defende um PT unificado, com foco estratégico no médio e longo prazo. Avalia que o partido, apesar de seu potencial, está fragmentado e com movimentos sociais desconectados. Propõe reunir forças como MST, Fetraf, juventude e mandatos em um projeto comum. Acredita na importância de organizar e planejar o partido para além da próxima eleição, pensando no pós-Lula. Fabiano colocou seu nome à disposição por entender que é hora de agir. Relembra o desempenho de Décio Lima como exemplo de superação em cenários adversos. Defende que o PT supere as divisões internas e atue como um time unido para reconquistar o povo catarinense.
A candidata Carla Ayres defende o PT como principal instrumento de transformação social, destacando a importância da militância ativa e renovada. Aponta desarticulação nos municípios, desânimo de militantes históricos e falta de direção para os desafios urgentes. A chapa foi construída a partir do diálogo com diversas forças políticas, sindicais e sociais, com representações de mulheres, CUT, juventude, LGBTI+ e população negra. Defende formação política alinhada com a realidade atual da classe trabalhadora e da economia brasileira. Propõe caravanas para escutar as bases e construir estratégias eleitorais a partir das realidades locais de Santa Catarina.
Padre Pedro Baldissera destaca a necessidade de construir um PT unificado e forte, com presença nos 295 municípios. Defende a superação de divisões históricas e o protagonismo da base e reconexão com os movimentos sociais, como MST, MAB e sindicatos. Acredita que o PT deve ser instrumento de enfrentamento ao avanço da extrema direita, com fortalecimento da democracia, do orçamento participativo, do rodízio de mandatos entre parlamentares e critérios transparentes para o uso do fundo eleitoral. Promover o debate de pautas fundamentais, como a redução da jornada de trabalho, isenção do imposto de renda, taxação dos ricos, reforma agrária, produção de alimentos sem veneno, mudanças climáticas.
Luciane Carminatti aponta a fragilidade atual do PT em SC: governando apenas sete prefeituras, com pouco mais de 225 mil votos entre mais de 5,6 milhões de eleitores. Cobra planejamento, transparência, organização interna, relação orgânica com os movimentos sociais e foco em comunicação estratégica. Defende reuniões regulares da direção e executiva, estruturação da militância jovem e comunicação unificada em todos os níveis, federal, estadual e municipal. Política de comunicação é discutir rede, conteúdo e estratégia. Acredita que o governo federal faz demais, mas comunica mal. Avalia que o PT perdeu a centralidade e precisa retomar seu papel com urgência como referência política no estado.
Bruno Ziliotto, da chapa SC Vire à Esquerda, coloca no centro da discussão o programa político do PT. Critica alianças com o centrão, defende a revogação das reformas trabalhista e previdenciária, isenção do Imposto de Renda para os mais pobres e mobilização popular nas ruas. PT é o único partido que tem tamanho, história e militância para fazer a mobilização do povo, mas para isso precisa explicar o que está em jogo em questões como do IOF, da jornada 6X1. Aponta o clientelismo das emendas parlamentares como grave ameaça ao orçamento e à democracia. Propõe que o PT seja novamente protagonista das lutas sociais e organizador da insatisfação popular, com candidaturas sólidas e com base em pautas concretas.
